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Cristãos chineses usam códigos para se comunicar na internet

Por causa das novas restrições aos conteúdos religiosos online, é necessário criatividade para manter as atividades na internet
em
04 junho 2022
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Por causa das novas restrições aos conteúdos religiosos online, é necessário criatividade para manter as atividades na internet
"Os cristãos usam uma língua codificada para encobrir as palavras proibidas e não serem banidos ou terem os posts deletados por conteúdo ilegal"

A nova legislação da internet na China exige que as pessoas tenham permissão específica para criar ou publicar conteúdo religioso. Sabe-se que alguns cristãos tentam ao máximo se comunicar de maneira criativa pelo WeChat, aplicativo de interação virtual usado por muitas pessoas em todo o país.
 
“Os cristãos usam uma língua codificada para encobrir as palavras proibidas e não serem banidos ou terem os posts deletados por ‘conteúdo ilegal’”, disse um contato da Portas Abertas. Uma advertência alertando o uso de palavras impróprias pode aparecer na tela de quem publica conteúdo considerado como violação pela nova legislação.
 
“Até agora, ainda conseguimos nos reunir virtualmente usando algumas ferramentas de comunicação e plataformas. Por causa do novo regulamento, estamos ainda mais cuidadosos na escolha das palavras nos textos e nas conversas. Temos que fazer diversas edições nos artigos antes de publicá-los online. Parceiros tentaram recriar contas cristãs públicas que tinham sido banidas da rede social, mas a ação falhou, pois rapidamente as contas foram encontradas e banidas novamente”, relatou uma testemunha local.
 

Vigilância aumenta no interior da China

Em algumas províncias, atividades online de igrejas foram interrompidas e não puderam voltar ao ar. A suspeita é de que membros da igreja usaram as palavras consideradas impróprias durante os encontros e por isso foram banidos. Desde a implementação do novo regulamento, as suspensões são recorrentes.

“A medida aumentou nossa preocupação. O acesso a recursos espirituais e os relacionamentos foram enfraquecidos. Ainda há salas de acesso, mas menos pessoas participam a cada dia. Ainda assim, nunca deixamos de encontrar formas de permanecermos conectados online”, compartilha uma fonte local.

Um artigo da Radio Free Asia relatou que “autoridades na China lançaram um treinamento em massa para sentinelas apagarem conteúdos religiosos não aprovados pelo governo, estreitando o controle na internet. Ainda não há certeza se esses treinamentos estão acontecendo de fato, mas é possível e provável que estejam alcançando várias partes do país e limitando ainda mais as atividades religiosas online”.